Leonardo 20/01/2011
Em 1997 foi enviada uma carta aos bispos irlandeses onde é revelado que o Vaticano tinha "sérias reservas, tanto de natureza moral como canónica" em relação à directiva que tinha sido aprovada e que tornava obrigatória a denúncia às autoridades dos padres suspeitos de abusos sexuais. Vítimas afirmam que esta carta é a prova de que a Igreja tentava encobrir os casos.
A televisão pública irlandesa teve acesso a uma missiva enviada pelo falecido arcebispo Luciano Sotero, representante na Irlanda do antigo Papa João Paulo II. Nela vinha escrita uma análise da Congregação para o Clero à directiva e alertava para "a necessidade de o documento estar em conformidade com as normas canónicas", e onde estipulavam que os casos fossem mantidos em segredo e reportados para os tribunais eclesiásticos.
"Os processos previstos pelo Código da Lei Canónica devem ser meticulosamente seguidos sob pena de invalidação dos actos em causa, se o padre punido recorrer hierarquicamente contra os bispos", escrevia Soterro, sublinhando que os "resultados seriam altamente embaraçosos" para as autoridades diocesanas.
Joelle Casteix, responsável da Rede de Sobriventes dos Abusados por Padres, diz que esta é a "prova flagrante pela qual as vítimas esperavam".
Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, confirma a autenticidade do documento e este "refere-se a uma situação que já faz parte do passado, a uma abordagem que foi ultrapassada, incluindo sobre a colaboração (da hierarquia) com as autoridades civis". (http://tvnet.sapo.pt/noticias/detalhes.php?id=64927)
EU NÃO ESPERAVA UMA ATITUDE DIFERENTE DA IGREJA. ALÉM DE GOSTAREM DE MENININHOS, SÃO CAGÕES!